Pular para o conteúdo principal

...

É covarde, e isso tudo não passa de uma grande covardia.


Todo esse medo, toda essa luta vã de esconder-se, enquanto procura o que não existe naquilo que imagina já ter encontrado. É uma grande covardia correr em círculos naquilo que já conhece, no que não há saída, tampouco direção.


É algo covarde apostar em perder algo que já o teve, por julgar conhecer a dor, por acreditar que se supera mais fácil perder o que já foi perdido, acreditar que "fazer o certo" agora seja uma maneira de se apagar cicatrizes incuráveis, que se amenizar uma dor, que se apaga o arrependimento.


É mais covarde ainda escolher a dedo um coração fechado, procurar no pior motivos para não sentir a culpa da incapacidade de acreditar no amor, de imaginar que sofre menos quando se fizer acreditar que foi perdido, e não, que o perdeu.


Uma grande covardia é mentir a si mesmo e acreditar que não mereça algo melhor, que não se é capaz de corresponder a algo verdadeiro.


Pensar que não superaria uma nova perda, pensar que todas as pessoas são covardemente iguais, que tudo se resume a um estúpido ciclo doentio, com as mesmas dores.


É a covardia mais estúpida privar um sentimento pensando em sofrimento, mentido a si mesmo, já sofrendo por não conseguir esconder-se dele, encontrando-se sem coragem de encará-lo.


É uma grande hipocrisia condenar-se a ser sozinho de mãos dadas com a covardia, olhando-se no espelho repetindo "olá" a um estranho.





[Dona Geo]

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

♥ Que você venha pra MODIFICAR ♥

Tudo está Fora de seu lugar Já notei O mundo não foi Feito pra mim Vivo só Pra me arrepender De eu não ser Do tipo que diz Sem querer O que está fora De seu lugar Que você venha pra modificar O que está fora De seu lugar Que você venha pra modificar Que você venha pra modificar Que você venha pra modificar Sorte e azar Vão me disputar E eu não fui Capaz de me mover Daqui até ali

Mal-estar de um anjo - Clarice Lispector

...Uma senhora aproximou-se então do carro. Devagar como este avançava, ela pôde acompanhá-lo agarrada em aflição ao trinco da porta. E literalmente me implorava para compartilhar do táxi. Era tarde demais para mim, e seu itinerário me desviaria de meu caminho. Lembrei-me, porém, de meu desespero de havia cinco minutos, e resolvi que ela não teria o mesmo. Quando eu lhe disse que sim, seu tom de imploração imediatamente cessou, substituído por uma voz extremamente prática: "É, mas espere um pouco, vou até aquela transversal buscar na casa da costureira o embrulho do vestido que deixei lá para não molhar". "Estará ela se aproveitando de mim?", indaguei-me na velha dúvida se devo ou não deixar que se aproveitem de mim. Terminei cedendo. Ela demorou à vontade. E voltou com um enorme embrulho pousado nas mãos estendidas, como se até seu próprio corpo pudesse macular o vestido. Instalou-se totalmente, o que me deixou tímida na minha própria casa.E começou o meu calvário ...

Visita de amiga!!!

Amiga adorei ter a sua companhia aqui por esses dias... em pensar realmente que há males que vem para o bem... ne??! Beijoooos... Amo você e a Laís viu...?! Fiquem com Deus.. e se cuidem... Estou esperando vcs aqui.. .